Durante os tumultos, várias igrejas foram apedrejadas;
os líderes cristãos acreditam que militantes podem ter se aproveitado
da ocasião para agir
Turquia
Durante a tentativa de golpe militar na Turquia, feita pelas Forças Armadas, houve um verdadeiro caos pelas ruas de todo o país. Importantes vias da capital foram interditadas, tanto de Ancara quanto de Istambul. Pelo menos 265 pessoas morreram e cerca de 1.400 ficaram feridas. Durante os tumultos, igrejas de diversas regiões foram atacadas. Em Trebizonda, uma cidade que fica no Nordeste da Turquia, próximo ao Mar Negro, um grupo de aproximadamente 10 pessoas apedrejaram uma igreja, quebrando as janelas e tentando abrir as portas com martelos. Os vizinhos expulsaram o grupo e avisaram o líder religioso.
Em Malatya, Sudeste da Turquia, outra igreja foi atacada. O líder acredita que militantes que são contra o cristianismo no país se aproveitaram da instabilidade geral e da falta de segurança para agir. A liderança religiosa turca, inclusive o Diretor de Assuntos Religiosos, Mehmet Görmez, juntamente com alguns rabinos e patriarcas, emitiram uma declaração conjunta condenando o golpe e o derramamento de sangue que envolveu tantos inocentes. Eles pedem por justiça e se dizem desejosos pela paz em toda a nação. A Associação de Igrejas Protestantes da Turquia também emitiu uma declaração à imprensa condenando o golpe de Estado e pedindo sabedoria e entendimento para os líderes do país, alertando que é tempo de orar por uma solução.
Desde o ocorrido, 30 governadores e 7.899 policiais já foram detidos na Turquia. Um membro da União Europeia fez uma importante denúncia e alertou que os nomes dos juízes e dos oficiais militares presos já constavam numa lista preparada pelo governo antes do levante. Ele acredita que as autoridades do país planejaram o golpe e que tudo não passou de uma trama. Lembrando que a Turquia, posicionada no 45º lugar da atual Classificação da Perseguição Religiosa, é o quarto país do mundo com mais jornalistas presos, onde também há uma forte presença do islã radical e o cristianismo já experimenta diferentes tipos de perseguição.
Esse episódio político na vida dos cristãos turcos pode ser um indicador sobre o futuro da igreja no país. É provável que nos próximos meses, o presidente Erdogan tente fazer uma "limpeza" em todos os campos da oposição e, finalmente, alcance o objetivo de 60% de votos em um referendo popular para transformar o sistema político parlamentarista em um regime presidencialista. Se isso acontecer, os cristãos vão enfrentar uma perseguição religiosa ainda mais severa e violenta.
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Postado 20 de julho de 2016
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