sábado, 14 de abril de 2012

Dia da Voz

Jackson Ferr é natural de Maceió-AL, membro da AD do Farol, é educador vocal, bacharel em Canto pela Universidade Federal de Alagoas, organizador de eventos e cerimonialista de formação. "Esse é um blog de opinião e conceito, espero poder contribuir com aqueles que aceitam e querem crescer no conhecimento".



AFINE SUA SAÚDE, CUIDE DA SUA VOZ!
QUEM CUIDA DA VOZ SEMPRE TEM O QUE FALAR!


O câncer de laringe é responsável por uma incidência de 90.000 mortes por ano no mundo, ocorrendo predominantemente no sexo masculino. A relação de incidência por sexo é de 7 para1 (masculino – feminino). De acordo com uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 9 mil novos casos de câncer de laringe foram descobertos em 2009. Outro dado preocupante da OMS mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de incidência deste tipo de tumor, ficando atrás apenas para a Espanha.


O prognóstico vai depender da localização do tumor e do estágio da doença. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na glote, região das cordas vocais, e 1/3 acomete a laringe supraglótica. Tumores abaixo da glote são mais raros.


O fumo é considerado o mais importante fator causador do câncer da laringe. Estudos revelaram que o risco de desenvolvimento destes tumores é 14,3 vezes maior em indivíduos que fumam em comparação aos que não fumam. O consumo de bebidas alcoólicas também contribui significativamente para o desenvolvimento desses tumores. O risco do desenvolvimento do câncer laríngeo é potencializado pela ação conjunta do fumo e do álcool. Outros fatores etiológicos associados são o papilomavírus humano (HPV) e o refluxo gastresofagiano.


O primeiro sintoma a aparecer pode sugerir a localização do tumor. Na região glótica, onde ficam as cordas vocais, os sintomas principais são: rouquidão (o mais comum de todos), seguido por dor de garganta, sensação de corpo estranho na garganta e falta de ar. Quando o primeiro sintoma é dor ou dificuldade para engolir, isto sugere que o tumor seja supraglótico.


A laringoscopia é o exame usado para o diagnóstico do câncer de laringe. Este exame pode ser realizado com um espelho pela boca, por fibra flexível pelo nariz ou por fibra rígida pela boca. Dependendo das condições do local onde for realizado, pode ser fotografado ou gravado. Para confirmar o diagnóstico é preciso realizar biopsia da lesão.


O tratamento pode ser com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio evolutivo do tumor: tamanho e localização, se tem linfonodos comprometidos e se tem metástase à distância.


O câncer de laringe quando diagnosticado no início tem possibilidade de cura muito alta (90-95%), portanto, se o paciente apresentar qualquer dos sintomas acima citados, deve procurar um médico, de preferência um otorrinolaringologista.


Diante destes dados preocupantes e com a missão de alertar a população sobre a importância da realização de exames preventivos, a ACADEMIA BRASILEIRA DE LARINGOLOGIA E VOZ realizará em 2012 a 13º Campanha Nacional da Voz.

Comemorando o Dia Mundial da Voz, em 16 de abril, a iniciativa da ABLV é uma ação de conscientização da população sobre os cuidados que se deve ter com a voz, os hábitos que mais a prejudicam e os sintomas que sugerem alterações e distúrbios vocais.


Por isso, é fundamental que um médico especialista seja procurado em caso de tosse e/ou pigarros frequentes; rouquidão por mais de sete dias; dor, ardência ou incômodo na garganta; dificuldade ou dor para engolir; perda de voz, voz fraca ou falhas na voz e dificuldades respiratórias.

Dr. José Eduardo Pedroso
Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz.




10 DICAS PARA OS PROFESSORES CUIDAREM BEM DA VOZ DURANTE AS AULAS

Problemas vocais é a principal causa de afastamento dos professores - Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos da Voz (CEV) em parceria com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro - SP) e com a Universidade de Utah, nos Estados Unidos, 35% dos professores entrevistados relataram a presença de cinco ou mais problemas vocais, e 63% disseram já ter tido algum problema durante a vida.


Os dados indicam que 16,7% dos professores consideram que terão que mudar de profissão no futuro por conta dos problemas vocais. O questionário com 35 perguntas foi aplicado para 3.265 pessoas, das quais 1.651 eram docentes. Entre os professores, 63,1% afirmaram ter alterações vocais. Entre os “não professores”, 35,1% também afirmaram ter problemas com a voz. Os principais problemas relatados são: cansaço vocal (92%), desconforto para falar (90,4%), esforço para falar (89,2%), garganta seca (83,4%), rouquidão (82,2%), dificuldade para projetar a voz (82,8%), instabilidade ou tremor na voz (79,3%) e dor na garganta (72,7%).


Outro dado preocupante é que as doenças vocais, decorrentes ou prejudiciais ao trabalho, provocam efeitos nos níveis social, econômico, profissional e pessoal, representando um prejuízo de mais de 200 milhões de reais ao ano no Brasil, segundo uma pesquisa do 3º Consenso Nacional sobre Voz Profissional em 2004. Para auxiliar os professores a não voltarem às aulas sem voz, especialistas da ABLV lançam a “Campanha da Voz”, uma iniciativa que busca orientar sobre a prevenção do câncer de laringe e conscientizar a população e, principalmente, os profissionais da voz sobre a importância dos cuidados com o aparelho vocal.


Segundo o otorrinolaringologista José Eduardo Pedroso, presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, “a atividade docente quase sempre implica em uma demanda vocal maior que a habitual. Isso depende de alguns fatores como seu local de trabalho – acústica do ambiente, tamanho da sala, uso de aparelhos auxiliares (microfones), quantidade de alunos por sala, idade dos alunos – e suas condições físicas, como resfriados, gripes, sinusites e outras doenças laríngeas ou alterações estruturais que podem contribuir para o surgimento de alterações vocais”.


Pedroso apresenta os principais riscos que os profissionais que usam excessivamente a voz e de forma incorreta podem sofrer ao longo dos anos. “Os principais riscos estão relacionados ao trauma constante, que pode levar a lesões como pólipos, nódulos e granulomas que são lesões de cobertura das pregas vocais. Se não forem tratadas corretamente podem levar a danos irreversíveis”, alerta.


Adriana Maria Wecc Silva, 39, é professora de matemática do ensino médio há 15 anos, pastora evangélica e membro do grupo de cantores na sua igreja. Adriana ministra seis aulas por dia, cada uma com cerca de 50 minutos, além dos cultos e ensaios da igreja aos finais de semana. Adriana está na parcela da população que usa a voz demasiadamente e, por isso, já chegou a apresentar problemas vocais.


“Trabalho com adolescentes de 14 a 17 anos, idade que eles ficam agitados e ainda têm as cordas vocais novas, e tenho percebido que os jovens estão falando cada vez mais alto, pelo fato de usarem muito o fone de ouvido. Por tentar falar muito alto às vezes, tentando competir com a voz dos alunos, já tive problemas de rouquidão, dor de garganta e cansaço ao falar. Por isso, passei a tomar certos cuidados, como evitar forçar a voz, beber bastante água e fazer exercícios vocais antes de cantar. Há dez anos, também comecei a usar o microfone nas salas de aula e isso tem facilitado bastante”, conta a professora.


O especialista apresenta as principais recomendações para os professores e os demais profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho possam preservar sua saúde vocal:

01. É importante não gritar ou pigarrear, pois isso agride as cordas vocais.

02. Apesar de parecer inofensivo, cochichar é tão prejudicial à saúde vocal quanto gritar.

03. O fumo e o consumo exagerado de bebidas alcóolicas são hábitos nocivos à saúde da voz, e são os principais causadores de câncer de laringe.

04. Não falar muito quando estiver com infecção de via aérea superior (resfriado, gripe ou sinusite).

05. Não comer muito antes de dar aula.

06. Falar somente quando necessário, evitando falar nos intervalos das aulas.

07. Beber bastante água para manter-se hidratado.

08. Dormir bem para descansar a voz.

09. Comer alimentos leves que não causem refluxo.

10. Quando apresentar sintomas, como rouquidão por mais de 15 dias, dor ao engolir, dor no pescoço ao falar ou falta de ar, procure um médico otorrinolaringologista para orientá-lo sobre o diagnóstico correto e as medidas necessárias.



Fonte:http://www.adalagoas.com.br/
Postado em 14 de abril de 2012

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More