terça-feira, 8 de novembro de 2016

Jovens cristãos permanecem na Síria para fazer Natal das crianças

 
 Rafael, de 21 anos, e outros colegas investem tempo e energia para organizar atividades com crianças sírias


 Síria
"As crianças devem brincar, devem se divertir e devem celebrar o Natal e a Páscoa". Essa convicção é o que motiva Rafael*, um estudante de 21 anos da Síria, a permanecer no país. Ele sente que tem uma tarefa de cuidar crianças da igreja na aldeia onde ele vive hoje como um deslocado – um refugiado em seu próprio país.

 Juntamente com outros jovens da igreja, Rafael investe muito tempo na organização de atividades para crianças. "Eu amo o trabalho voluntário que temos com crianças," diz. Ele e sua família tiveram que fugir de sua casa em um dos ataques do Estado Islâmico e hoje vivem como refugiados na cidade síria de Aleppo. "Quando eu me coloco no lugar de uma criança, penso se conseguiria ou não viver sem atividades divertidas, sem brincar, sem celebrar o Natal e a Páscoa. Por isso, tentamos organizar eventos para as crianças da igreja ".

 

  No ano passado, o Natal em sua aldeia não esteve próximo, sequer, de um dia de paz. Na noite da Natal foram disparados foguetes contra sua cidade. “Isso aconteceu enquanto as crianças já estavam esperando para iniciar as atividades da celebração de Natal. Mas realmente não tivemos tempo para falar sobre isso, decidimos abrir as portas e comemorar o Natal, apesar dos bombardeios fora da igreja”, lembra.

 Este ano, Rafael e outros jovens já começaram a preparar-se para o Natal. "Estávamos pensando em fazer um estábulo com personagens vivos, atores, para retratar a cena como era há 2 mil anos. É claro que vamos montar uma árvore de Natal novamente e as crianças vão fazer as decorações. Gostaríamos de ter todos os tipos de atividades para as crianças.

 No Natal de 2015, a Portas Abertas ajudou no Natal de várias igrejas na Síria, principalmente em eventos para crianças. Tradicionalmente, as igrejas dão presentes e oferecem ceias para as crianças. Desde que a guerra começou, muitas crianças também receberam roupas de inverno durante as comemorações.

 “Estamos felizes com o apoio que recebemos de organizações como a Portas Abertas, o apoio que nos permite repetir o Natal em nossa aldeia”, conclui o jovem.

 *Nomes alterados por motivos de segurança



Postado: 08 de novembro de 2016

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