sábado, 25 de junho de 2016

Cegos de coração

 
 Aqueles que deixam o islã são considerados “cegos de coração”, por isso são pressionados a se arrependerem da apostasia e a voltarem à religião original

 Egito
De acordo com sharia (lei islâmica), abandonar o islã é um crime punível com morte. Essas são recomendações da mais alta autoridade do islã sunita. Recentemente, durante as comemorações do Ramadã, Ahmed Mohamed el-Tayeb, o imã da Mesquita de al-Azhar, do Cairo, no Egito, declarou: “A pena para um apóstata declarado está muito bem estipulada na sharia; ele deve ser pressionado durante um período, até arrepender-se, ou será morto”, disse ele reafirmando o posicionamento tradicional do islã, durante um programa de televisão.

 O “Good Imam” é transmitido diariamente no mundo árabe durante o mês das festas muçulmanas, enquanto os fieis jejuam e refletem sobre a importância da religião em suas vidas, ocasião em que também são instruídos sobre o crime de apostasia e as punições disciplinares. El Tayeb, também conhecido como o Grande Sheik de al-Azhar, é um prestigiado muçulmano sunita, que exerce forte influência sobre os seguidores de sua teologia. Ele também é responsável pelas questões religiosas oficiais no país, juntamente com o Grande Mufti (acadêmico islâmico que interpreta as leis do alcorão), Shauki Ibrahim Abdelkarim.

 Para ele, existe um consenso na teologia islâmica de que um apóstata não deve ser morto imediatamente, já que para eles, quem deixa a religião original está “cego de coração”. O caso de Mohammed Hegazy, preso desde dezembro de 2013, conforme mostra a matéria  Cristão egípcio é preso por tentar legalizar sua conversão no país, é um exemplo da pressão que o islã exerce sobre os “infiéis”. Mesmo estando sob custódia para investigação, ele foi submetido a uma câmara de execução, conforme foi denunciado pelo seu advogado.

 Há também outros casos, como o do apresentador de TV e pesquisador Islam al-Behairy, que em abril de 2015, usou seu programa para dizer que o islã precisava passar por uma reforma. Ele foi condenado a cinco anos por insultar a religião e seu programa foi suspenso por tempo indeterminado. Mesmo diante desses fatos, el-Tayeb diz que pratica uma teologia flexível, com liberdade de pensamento e culpa o Ocidente por “afastar as pessoas do islã, deturpar a imagem feminina e por difamar a religião dos muçulmanos”. Em suas orações, interceda pelos cristãos perseguidos no Egito.

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 Postado 25 de junho de 2016

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