Marques Barbosa foi condenado a 21 anos de prisão; Edílson Duarte e Raimundo Gomes a 16 anos e 4 meses
Juiz proferiu sentença na tarde desta segunda; acusados podem recorrer
Os monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes e o padre Edílson Duarte foram condenados pela Justiça, na tarde desta segunda-feira (19), por abusar de ex-coroinhas que frequentavam as paróquias comandadas por eles. Os religiosos são réus em processos por atentado violento ao pudor e foram acusados da prática do crime de pedofilia, após denúncias e a divulgação de vídeos – feitos e tornados públicos pelas próprias vítimas – na imprensa nacional.
Conforme sentença, o mosenhor Luiz Marques Barbosa foi condenado a 21 anos de prisão; Raimundo Gomes e Edílson Duarte foram sentenciados a 16 anos e quatro meses de cadeia. Embora a sentença já tenha sido proferida na tarde de hoje, pelo juíz da Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca, João Luiz de Azevedo Lessa, os três acusados continuarão em liberdade e os advogados de defesa vão ter cinco dias para recorrer da decisão, a partir da data em que seus clientes receberem a sentença. Se, transcorrido o prazo limite, a defesa não impetrar os recursos cabíveis ao caso, os sacerdores serão presos.
Relembrando o caso
Um vídeo que mostra imagens do monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, mantendo relações sexuais com um jovem identificado como Fabiano Ferreira, divulgado em um programa da TV aberta brasileira, foi o início de um verdadeiro escândalo que deixou a população arapiraquense estupefata. A reportagem foi ao ar em março do ano passado.
A imagem exibe o monsenhor Luís Marques sem roupa e com Fabiano Ferreira na cama. Na matéria que foi ao ar, além da cena de sexo, os ex-coroinhas Fabiano, Flávio e Anderson foram entrevistados e reafirmaram ter sido explorados sexualmente desde crianças. Um garoto de 11 anos também denunciara o assédio na mesma reportagem.
Num dos trechos da matéria, Fabiano chegou a dizer que o relacionamento com o monsenhor teve duração de oito anos. Ele também afirmara que, durante as celebrações religiosas, quando do momento do desejo da ‘paz de Cristo’ entre os fiéis, Luiz Marques se aproveitava para abraçá-lo e fazer declarações de amor em seus ouvidos. O sacerdote também teria feito atos obscenos no altar.
Ainda segundo o ex-coroinha, o envolvimento teve início quando o religioso começou a dizer que ‘tinha medo de dormir sozinho’. A mãe do jovem, diante do apelo do monsenhor para que seu filho o acompanhasse nas noites em casa, permitiu que Fabiano passasse a dormir na residência do sacerdote. Em pouco tempo, Luiz Marques teria assediado Fabiano, à época, com 12 anos. A relação teria começado com sexo oral.
O escândalo ganhou repercussão internacional após ser explorado pela mídia brasileira. Os três foram afastados das atividades sacerdotais pelo bispo Dom Valério Brêda e até o Vaticano se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. Em 16 de março do ano passado, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, reafirmou o afastamento dos religiosos. “Eles já foram suspensos de suas competências eclesiásticas e estão no centro de um processo canônico por suspeita de pedofilia”, declarou ele naquela ocasião.
Apesar das denúncias, os advogados dos três religiosos alegaram, durante todo o trâmite processual, que os seus clientes eram inocentes. A defesa do monsenhor Luiz Marques, na ocasião dos depoimentos à Justiça, em julho deste ano, chegou a afirmar que o religioso sofreu um processo de extorsão por parte dos ex-coroinhas e que o vídeo só foi divulgado porque os jovens não teriam conseguido dinheiro.
Mas, apesar dos advogados apelarem pela inocência dos religiosos, os próprios acusados admitiram envolvimento com os ex-coroinhas. O monsenhor Luiz Marques chegou a se comparar com Jesus Cristo, disse que a população estava o 'crucificando' e pediu 'perdão' ao fiéis de Arapiraca. Já o padre Edílson Duarte confessou que manteve relações sexuais com duas das vítimas e que as pagou com dinheiro do 'dízimo' ofertado pelos cristãos que frequentavam a sua igreja.
Os três sacerdores foram ouvidos pela CPI da Pedofolia, presidida pelo senador Magno Malta (PR) e tiveram seus nomes constados no relatório da Comissão que apura casos relacionados ao tema em todo o Brasil.
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 22 de dezembro de 2011
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