Só em Alagoas, morreram 4 soterradas, entre elas uma idosa de 100 anos
Em oito estados do Nordeste, 16 pessoas já morreram e ao menos 80 mil estão fora de casa em razão das chuvas que tiveram início em abril. Só Sergipe não tem registros na região. Entre quinta e sexta-feira (1º), quatro pessoas morreram soterradas em deslizamentos ocorridos em Alagoas, entre as vítimas, uma idosa. Dona Antonia de Paula Oliveira tinha 100 anos e estava dormindo na hora do deslizamento de uma barreira na Rua General Hermes, próximo ao Colégio Brandão Lima, bairro Bom Parto, em Maceió.
O Estado mais atingido até agora é o Maranhão, onde há 24.129 desalojados, instalados na casa de amigos e parentes, e 16.557 desabrigados, levados para abrigos temporários. Foram seis mortes no Estado - a maioria por desabamentos. Em Trizidela do Vale (230km de São Luís), onde 60% das casas estão debaixo d'água, cerca de 50 famílias instalaram-se em um parque de vaquejada para fugir das enchentes.
O pescador Paulo César de Almeida, 38 anos, está lá há cerca de um mês e diz que há 17 anos busca refúgio no local quando a água invade sua casa. Acompanhado da mulher e de três filhos adolescentes, ele diz preferir enfrentar insetos e cobras, perto de baias de cavalos, a esperar pela Defesa Civil, que sempre chega tarde e os coloca em lugares "barulhentos". O órgão diz que está prestando atendimento às famílias, retirando as pessoas do parque e levando-as para escolas.
Em Teresina (PI), onde o número de desalojados chega a quase 6.000, a prefeitura paga uma bolsa de R$ 150 às famílias que os recebem em suas casas. A média histórica de chuvas na capital para abril é de 299,8 mm (299,8 litros por metro quadrado), mas a cidade registrou neste ano 546,5 mm.
No Ceará, onde quatro pessoas morreram (três afogadas e uma eletrocutada) por causa das chuvas, são 17 mil fora de casa, principalmente na região de Sobral (238 km de Fortaleza). A cidade tem média histórica de 211 mm de chuva em abril, mas registrou 331 mm no mês.
RESGATE
O capitão dos bombeiros de Sobral, Mardens Vasconselos, que trabalha na remoção de vítimas, diz que se comoveu com o resgate de uma mulher de 83 anos, que morava sozinha em uma casa de pau-a-pique às margens do rio Acaraú.
No último domingo, quando a enchente atingia o seu quarto, ela foi acordada pelos bombeiros, mas só deixou sua casa, já ilhada, quando os dois cachorros, Tupã e White, foram colocados no barco de salvamento. "Não havia iluminação. Só encontramos a casa porque um parente guiou a equipe. Quando chegamos, ela disse que tinha comido farinha com leite o dia todo porque a pessoa que levava comida a ela não conseguiu chegar até a casa", diz.
O meteorologista Eládio Barros da Silva, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), diz que em todas as capitais da região - com a exceção de Aracaju e Maceió - choveu mais do que o esperado em abril.
Segundo a meteorologista do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), Naiane Araujo, a zona de convergência intertropical, que estava mais ao norte, se deslocou até o litoral do Nordeste e provocou alta umidade, que, aliada a temperaturas altas, desencadeou as chuvas. A previsão é que elas continuem 40% acima da média no próximo mês.
Em oito estados do Nordeste, 16 pessoas já morreram e ao menos 80 mil estão fora de casa em razão das chuvas que tiveram início em abril. Só Sergipe não tem registros na região. Entre quinta e sexta-feira (1º), quatro pessoas morreram soterradas em deslizamentos ocorridos em Alagoas, entre as vítimas, uma idosa. Dona Antonia de Paula Oliveira tinha 100 anos e estava dormindo na hora do deslizamento de uma barreira na Rua General Hermes, próximo ao Colégio Brandão Lima, bairro Bom Parto, em Maceió.
O Estado mais atingido até agora é o Maranhão, onde há 24.129 desalojados, instalados na casa de amigos e parentes, e 16.557 desabrigados, levados para abrigos temporários. Foram seis mortes no Estado - a maioria por desabamentos. Em Trizidela do Vale (230km de São Luís), onde 60% das casas estão debaixo d'água, cerca de 50 famílias instalaram-se em um parque de vaquejada para fugir das enchentes.
O pescador Paulo César de Almeida, 38 anos, está lá há cerca de um mês e diz que há 17 anos busca refúgio no local quando a água invade sua casa. Acompanhado da mulher e de três filhos adolescentes, ele diz preferir enfrentar insetos e cobras, perto de baias de cavalos, a esperar pela Defesa Civil, que sempre chega tarde e os coloca em lugares "barulhentos". O órgão diz que está prestando atendimento às famílias, retirando as pessoas do parque e levando-as para escolas.
Em Teresina (PI), onde o número de desalojados chega a quase 6.000, a prefeitura paga uma bolsa de R$ 150 às famílias que os recebem em suas casas. A média histórica de chuvas na capital para abril é de 299,8 mm (299,8 litros por metro quadrado), mas a cidade registrou neste ano 546,5 mm.
No Ceará, onde quatro pessoas morreram (três afogadas e uma eletrocutada) por causa das chuvas, são 17 mil fora de casa, principalmente na região de Sobral (238 km de Fortaleza). A cidade tem média histórica de 211 mm de chuva em abril, mas registrou 331 mm no mês.
RESGATE
O capitão dos bombeiros de Sobral, Mardens Vasconselos, que trabalha na remoção de vítimas, diz que se comoveu com o resgate de uma mulher de 83 anos, que morava sozinha em uma casa de pau-a-pique às margens do rio Acaraú.
No último domingo, quando a enchente atingia o seu quarto, ela foi acordada pelos bombeiros, mas só deixou sua casa, já ilhada, quando os dois cachorros, Tupã e White, foram colocados no barco de salvamento. "Não havia iluminação. Só encontramos a casa porque um parente guiou a equipe. Quando chegamos, ela disse que tinha comido farinha com leite o dia todo porque a pessoa que levava comida a ela não conseguiu chegar até a casa", diz.
O meteorologista Eládio Barros da Silva, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), diz que em todas as capitais da região - com a exceção de Aracaju e Maceió - choveu mais do que o esperado em abril.
Segundo a meteorologista do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), Naiane Araujo, a zona de convergência intertropical, que estava mais ao norte, se deslocou até o litoral do Nordeste e provocou alta umidade, que, aliada a temperaturas altas, desencadeou as chuvas. A previsão é que elas continuem 40% acima da média no próximo mês.
Acesso em 03 de maio de 2009.
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