Após ser agredido e ameaçado de morte pela própria família, Bulus* está preso por decidir ser cristão
Nigéria
Bulus é um jovem fulani do Estado de Bauchi, no norte da Nigéria, que se converteu quando um grupo de cristãos visitou seu vilarejo. Para seu povo, ser fulani significa ser muçulmano. Então, a família dele fez o que pôde para fazê-lo voltar à fé original. Por se recusar, Bulus perdeu a herança, a proteção, status do clã e o direito de que lhe arranjassem um casamento. Em outras palavras, e na perspectiva da tribo, ele havia perdido todo seu futuro.
Quando sua família ameaçou matá-lo, ele fugiu para uma cidade mais ao sul onde ninguém o conhecia e começou a estudar teologia. Apesar de ser um tempo de muita solidão, ele aprendeu a perdoar a família. Quando se formou, após quatro anos de estudos, decidiu voltar para casa com a esperança de ser reintegrado à família. Mas não foi o que aconteceu. “O ódio deles havia aumentado, ainda mais quando souberam que eu tinha me tornado um pastor”, lembra Bulus. “Eles me bateram e eu pensei que fosse morrer. Mas eles me levaram para a delegacia dizendo que eu tinha roubado suas cabras. Apesar de não haver nenhuma prova, fui preso”.
Hoje, aos 32 anos, Bulus está na prisão, onde mal encontra lugar para dormir no chão sujo. Onde também prega as boas novas e os prisioneiros lhe pedem conselhos e orações. Ele não tem esperança de sair tão cedo e sabe que pode levar dez anos até ver progresso no caso. Mas nosso irmão diz que percebeu que tinha que seguir o exemplo de Jesus e tomar a sua cruz. Ele afirma: “No momento em que decidi fazer isso, meus fardos foram tirados e eu vi que Deus me dá força”. Segundo o testemunho do carcereiro, Bulus é diferente. “Ele parece estar em paz mesmo quando enfrenta dificuldades”, diz.
*Nome alterado por motivo de segurança.
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