"Nós fortalecemos nossas ações nessa época e oramos com mais intensidade. Devemos nos compadecer dos nossos vizinhos sauditas"
ARÁBIA SAUDITA
O Ramadã está chegando e os cristãos na Arábia Saudita precisam se preparar. Do dia 6 de junho ao 5 de julho é o nono mês do calendário islâmico, período em que os muçulmanos celebram a primeira revelação que Maomé recebeu do alcorão, ocasião em que jejuam para fazer uma reflexão sobre a vida. O jejum do ramadã é um dos cinco pilares da fé islâmica, sendo uma prática obrigatória aos seus seguidores. Enquanto isso, os cristãos sauditas também fazem um jejum dedicado e compartilham o evangelho com seus vizinhos muçulmanos. Lucas* é um cristão estrangeiro que vive na Arábia Saudita com o propósito de exercer seu ministério. "Nós fortalecemos nossas ações nessa época e oramos com mais intensidade. Devemos nos compadecer dos nossos vizinhos sauditas e tentar compreender as condições lamentáveis que eles estão vivendo", diz ele.
Ninguém sabe ao certo o número de cristãos no país, mas sabe-se que a maioria é de origem muçulmana e que enfrenta uma dura perseguição para manter a fé em Cristo, já que na maioria das vezes, nem mesmo seus familiares ficam sabendo da conversão, então eles vivem sua fé secretamente. "Durante o ramadã, eu sou desafiado a jejuar como Jesus, já que todos enfrentamos grandes dificuldades nessa época. Os muçulmanos não podem comer ou beber entre o nascer e o pôr do sol, então eles têm a tendência de ficar mais sonolentos e preguiçosos no ambiente de trabalho, outros ficam agressivos e de pavio curto, por isso devemos ficar atentos", comenta Lucas.
O cristão durante o Ramadã
"Nos últimos anos também tivemos um aumento no número de acidentes de trânsito, em especial nos horários de pico. A falta de alimentação faz com que as pessoas fiquem dispersas e com seus reflexos comprometidos", observa o cristão. A Arábia Saudita, país que ocupa a 14ª posição na atual Classificação da Perseguição Religiosa, é considerada o coração do islã, por isso, o ramadã causa um grande impacto na sociedade. "Os não-muçulmanos entram em desvantagem em seu local de trabalho, já que os muçulmanos ganham o direito de trabalhar apenas 6 horas por dia, enquanto os demais têm suas horas aumentadas para compensar a falta deles, trabalhando cerca de 11 horas diárias. Então, durante esse mês, a maioria dos cristãos não pode participar de seus cultos noturnos", diz Lucas.
Mesmo assim, os seguidores do cristianismo não perdem a oportunidade de evangelizar, mesmo cansados e prejudicados, eles ainda jejuam e oram pelos muçulmanos. Lucas é um líder cristão dedicado a fazer a obra, sem medir as consequências e diz fazer isso com todo o seu amor. "Na passagem de Isaías 58.6-7 Deus diz: ‘O jejum que desejo não é este? Soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo?’. Eu entendo então que devemos amar os muçulmanos e estender as mãos para eles. Devemos ser mais tolerantes e orar com o propósito de salvar as vidas perdidas, ainda que para isto tenhamos que dedicar as nossas próprias vidas. Não foi o que Jesus fez por nós?", conclui Lucas.
Revista Portas Abertas
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*Nome alterado por motivos de segurança.
Postado 13 de maio de 2016
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