Conheça o testemunho de um pastor que perdeu o filho em conflito, mas não tem ressentimento e prossegue
República Centro-Africana
Há quatro anos, a capital da República Centro-Africana, Bangui, passou por uma onda de violência. O grupo anti-Balaka tentou expulsar o líder rebelde Michel Djoto, que havia “varrido” o país e se proclamado presidente. Mas o anti-Balaka se deparou com a violenta contraofensiva dos militares de Djotodia, conhecidos como Seleka. Os pastores Jean-Eric Vogbia e Gilbert Bogolo estavam entre os cristãos que moravam em PK5, uma região predominante muçulmana de Bangui na época. No dia 5 de dezembro de 2013, eles se tornaram o alvo do Seleka.
Quatro anos depois, a cicatriz daquele dia ainda lateja. Conheça hoje a história do pastor Vogbia, que perdeu seu filho mais velho no conflito. Leia a história do pastor Bogolo na próxima terça-feira.
Pastor Vogbia perde seu filho
Quando o pastor Vogbia estava fugindo com a família por causa dos bombardeios, eles foram abordados por dois militares do Seleka fortemente armados. “Um deles pareceu nos reconhecer e me disse em árabe: ‘O Deus que vocês servem já te salvou. Podem continuar’”, relembra Vogbia. Na manhã seguinte, o telefone de Vogbia tocou e uma voz disse: “Estamos na sua casa. Destruímos tudo e ateamos fogo”.
O filho mais velho de Vogbia, um estudante do segundo ano de medicina, estava na faculdade e não sabia de nada o que estava acontecendo. Ao meio dia, o telefone do pastor tocou novamente e uma voz disse: “O garoto foi morto. Nós não tínhamos planejado isso, mas como perdemos você, tivemos que matá-lo”.
Vogbia e a família ficaram devastados. Desde então, a esposa desenvolveu um trauma relacionado à situação. Apesar de tudo, o pastor não tem ressentimento. “Eles fizeram isso como uma punição por eu ser um ex-muçulmano. Eles queriam silenciar o pastor que converteu muçulmanos em cristãos”, diz. Leia também Conferência encoraja empoderamento de líderes cristãos Missão de paz da ONU terá reforço de 900 soldados Crise centro-africana ganha atenção da ONU
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Postado: 28 de dezembro
de 2017
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